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  • Renata dos Santos Bonatto

Comportamental para problemas urgentes e psicanálise para autoconhecimento?

Algumas pessoas ainda acreditam na premissa de que as terapias comportamentais servem para resolver problemas mais objetivos, enquanto o autoconhecimento só é possível através da psicanálise. De fato, as terapias comportamentais trazem em sua bagagem a pesquisa básica em laboratório e, por seguirem um referencial teórico que permite ao profissional sistematizar comportamentos, identificar variáveis, frequência, magnitude, probabilidades e ter um olhar contextual, dão à sensação de que são as mais indicadas para resolverem problemas que dependem de analisar prós e contras, modificação do ambiente e/ou comportamento e que podem ser resolvidos com orientações direcionadas.


Embora a terapia comportamental possa ser aplicada de modo mais objetivo, ela também trabalha com emoções, sonhos, crenças e promove autoconhecimento. A diferença, comparada às outras terapias, está na forma como os conteúdos trazidos em sessão serão trabalhados e na dinâmica das sessões. Um psicólogo comportamental pode passar exercícios de casa, propor exercícios vivenciais em sessão, retomar assuntos que tenham ficado inacabados na sessão anterior, caso seja relevante para a melhora do cliente. Apesar de um modo de fazer diferente, o autoconhecimento produzido com as sessões é o mesmo que outras abordagens teóricas produzem.

Autoconhecimento é se entender amplamente, saber seus valores, preferências pessoais, habilidades, sua história de vida, conhecer como você lida com o mundo e as pessoas ao seu redor, compreender suas emoções, pensamentos, perceber como você reage em situações de estresse emocional, conhecer não só os comportamentos que lhe incomodam, mas também os seus pontos fortes.

A terapia comportamental pode sim fornecer ferramentas que facilitem alguns processos mais urgentes, como tomar uma decisão em curto prazo, mas ela faz mais que isso: nos mostra que somos seres em constante mudança, que interagem a todo instante com o mundo que nos cerca e, principalmente, com tudo o que sentimos dentro de nossa pele. Aprendemos a nos enxergar enquanto seres completos para além de nossos pensamentos, que às vezes nos geram desconforto, e começamos a ter um olhar mais empático também com as outras pessoas.


Então, se em algum momento você leu ou entendeu que a terapia comportamental só resolve problemas, é superficial e não lida com aquilo de mais precioso que sentimos, saiba que ela pode ser tão encantadora quanto uma sessão de psicanálise como aquelas descritas por Freud em seus livros.


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