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  • Renata dos Santos Bonatto

Escutar é uma arte: as orelhas fazem parte

Nós temos uma capacidade de nos conectamos com outras pessoas através da empatia. Quanto mais uma pessoa descreve a situação em detalhes, contando o que aconteceu, o que pensou e sentiu, mas fácil fica de nos colocarmos no lugar dela e vislumbrar o fato narrado.


Somos seres com ideias, valores, crenças pessoais. Quando alguém nos conta um problema pelo qual esteja passando, automaticamente pensamos em soluções, quando nos conta sobre qualquer situação pela qual tenhamos passado, automaticamente lembramos de como vivemos o momento, o que fizemos e às vezes até falamos sobre como realmente é difícil e contamos toda nossa história pessoal. Nesse processo, acabamos esquecendo que nós não éramos o assunto principal.

O segredo ao escutar alguém é ir além de simplesmente ouvir os sons das palavras. É estar presente, atento àquele ser que divide conosco um pouquinho do que passa em sua vida. É tirar os fones de ouvido, deixar o celular de lado, fechar o livro por uns minutos, olhar no rosto e/ou olhos daquela pessoa sempre que possível, ou se não conseguir, ao menos sentar com o corpo em direção a ela. É ouvir não só as palavras, mas os suspiros, a respiração pesada ao falar sobre algum assunto incômodo, ou a respiração ofegante indicando agitação e ansiedade. É ver os olhos ficando vermelhos e marejados ao tocar em alguns temas, o movimento das sobrancelhas. Nós escutamos com o corpo todo, com todos os sentidos.


Nem sempre é vaidade que nos faz querer solucionar os problemas alheios ou fazer comparações. Muitas vezes, queremos evitar que aquela pessoa sofra tendo que “quebrar a cara” com uma situação pela qual já passamos. Contudo, na maioria dos casos a pessoa sabe o que fazer, ela só quer falar sobre o que sente e pensa. Ou ainda, ao conversar, ela acaba chegando às suas próprias conclusões (quem já fez terapia sabe o quanto isso é comum). Quando alguém nos procura buscando ser escutado, nós devemos segurar nossa própria ansiedade e focar em que está na nossa frente. Pode ser que você seja convidado eventualmente a dar uma opinião, um conselho. Porém, às vezes, o melhor que você pode fazer para aquela pessoa que está sendo escutada é ficar em silêncio.



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